CENÁRIO IMOBILIÁRIO:

CENÁRIO IMOBILIÁRIO:

 

FGTS COMO GARANTIA DE EMPRÉSTIMO PREOCUPA MERCADO IMOBILIÁRIO:

Associação Brasileira das Incorporadoras avalia que mudanças nas regras podem prejudicar

a principal fonte de recursos de financiamento do setor imobiliário e desencorajar lançamentos.

Destinação de parte dos recursos do fundo para outras finalidades acende sinal amarelo nas construtoras

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

São Paulo – Na tentativa de aumentar o volume de dinheiro em circulação no país e injetar ânimo extra na economia neste último trimestre do ano, ao liberar a utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia de empréstimos, o governo poderá prejudicar um outro importante setor produtivo brasileiro: o mercado imobiliário.

Isso porque a destinação de parte dos R$ 190 bilhões que estão depositados em contas da Caixa para outras finalidades ameaça reduzir o volume de recursos que antes eram destinados exclusivamente para habitação, saneamento e infraestrutura, segundo avaliação do presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), Luiz França.

“Se o dinheiro ficar escasso, a fórmula bem-sucedida do FGTS para indústria da constução estará em risco”, afirmou o executivo. “Isso nos preocupa bastante, especialmente porque pode afetar mais o segmento de baixa renda, que vinha apresentando um bom desempenho mesmo nos períodos mais agudos da crise dos últimos anos e da alta do desemprego.”

De acordo com França, a fórmula de utilização do FGTS precisa ser mantida para também não gerar ainda mais incertezas e, por consequência, desencorajar novos investimentos e lançamentos. “Especialmente no segmento da média e alta renda, há por parte dos consumidores um movimento de adiamento da decisão de compra, em decorrência da crise e do ambiente de insegurança gerado pelas eleições”, afirma o presidente da Abrainc.

Segundo o presidente da Caixa, Nelson de Souza, não há motivos para preocupações. A tese é que, ao colocar um fundo bilionário como endosso para a liberação de crédito, haverá um movimento de reaquecimento da atividade econômica, com redução do desemprego e aumento do PIB. Além disso, argumenta o executivo, vincular o FGTS como garantia de empréstimo representa saque dos valores depositados.

“Mesmo se houver uma inadimplência de 5% a 7%, que é uma média do mercado de crédito, o impacto ao sistema do fundo é pouco significativo”, diz o economista Paulo Pereira Franco, professor da Fesp-SP. “Mas é improvável que essa linha de financiamento tenha problemas com falta de pagamento, já que para ter acesso ao empréstimo é preciso estar empregado e atender a todos os demais critérios de análise dos bancos.”

A utilização do FGTS como garantia de empréstimos está sendo oferecida desde 26 de setembro pela Caixa. O governo já negocia a mesma linha com o Banco do Brasil. Outras instituições financeiras, inclusive as privadas, também poderão adotar a mesma modalidade, desde que firmem convênios com as empresas para que os trabalhadores possam contratar o empréstimo.

Os juros da nova modalidade não poderão ultrapassar, por lei, 3,5% ao mês. Na Caixa, as taxas mínimas no consignado com FGTS partem de 2,46%. O prazo de pagamento é de até 48 meses. Cerca de 37 milhões de trabalhadores no país têm contas vinculadas ao FGTS, segundo dados do Ministério do Trabalho. Pelas contas da Caixa, se metade dos trabalhadores solicitar esse tipo de crédito pessoal, haverá uma injeção de R$ 37 bilhões na economia brasileira.

PERSPECTIVA Apesar das incertezas em relação às consequências das novas medidas de crédito sobre o setor imobiliário, Luiz França, da Abrainc, acredita que o setor poderá ser beneficiado no próximo ano com a formação de um novo governo, que será definido nas eleições deste mês. Para ele, a necessidade de estimular a economia e a geração de empregos passa pela definição de uma política de estímulo à indústria da construção.

“Tudo dependerá de como o próprio presidente eleito conduzirá a recuperação da economia, mas tenho visto que todos eles concordam que é fundamental reduzir o déficit habitacional e gerar um clima de mais confiança para que as pessoas possam adquirir imóveis e contrair financiamentos de longo prazo.”
FONTE: Portal Estado de Minas -  atualizado em 03/10/2018 10h28min
TRANSCRITO POR: Manuel Pereira



MERCADO IMOBILIÁRIO VOLTA A INSPIRAR CONFIANÇA:

Procura por empreendimentos na região metropolitana do Estado se destaca apresentando expectativa de crescimento.
Muito avesso à crise, o mercado imobiliário vem demonstrando um otimismo sem paralelo. Principalmente no ano de 2018, as projeções mostram que a queda na demanda não existe mais. O que vemos hoje é justamente o contrário; a procura muitas vezes supera a oferta, e as construtoras correm para apresentar mais lançamentos ao público.   “De 2012 para cá, as empresas fizeram um reajuste de tamanho devido ao retrocesso. Antes possuíamos um volume de 32 mil unidades em construção, hoje caiu para 12 mil unidades.     
Chegamos a ter 64 mil empregos em 2012 e em 2018 esse número atingiu os 34 mil. Entretanto, o que se espera para 2019 é que esses números aumentem, o que representa um bom nível de confiança que está sendo retomado pelo mercado imobiliário”, explica Paulo Baraona, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES).     
Uma das variáveis que podem afetar esse crescimento são as eleições deste ano, de acordo com o dirigente. Uma vez que o presidente da República escolhido pelas urnas continue com as propostas de reforma que estão em pauta atualmente, no Congresso, esse panorama de avanço tende a continuar. 
   
“O Brasil precisa que as reformas continuem. O país começa todo ano com um déficit de mais de R$ 200 bilhões por causa da Previdência. É a mesma coisa que uma empresa começar o ano devendo. Nós temos esse problema, então todos nós sabemos que é imprescindível que as reformas continuem.   
Se elas continuarem, independentemente de quem seja o presidente, evidentemente que o mercado vai sentir segurança para seguir investindo. O que não pode é o governo gastar mais do que arrecada”, ressaltou o presidente do Sinduscon.   
   
O imóvel é um investimento seguro. Toda construtora, hoje, está lançando com responsabilidade,   
isso provoca um mercado equilibrado, que favorece a todos” José Luís Galvêas, presidente da Galwan
Segundo Baraona, “com os juros relativamente baixos, em relação aos patamares anteriores, consequentemente o imóvel se torna um investimento seguro e acessível. Desde as construções do Minha Casa Minha Vida, que representam hoje cerca de 65% dos lançamentos, até os apartamentos de dois quartos, hoje em dia os mais procurados, principalmente, pela classe B, de jovens por volta dos 35 anos profissionais liberais e que estão começando a constituir seus núcleos familiares”.
TENDÊNCIAS:  
Quanto às novas tendências do mercado que estão surgindo, Paulo ressalta que “uma das grandes mudanças é que os apartamentos estão se tornando cada vez mais compactos, o condomínio passará a ter restaurante e áreas comuns, o apartamento servirá apenas como quarto.    
Essas tendências vêm se firmando através das mídias sociais, e o empresário precisa prestar atenção, elas chegam com muita velocidade, e isso modifica um pouco a configuração da residência”.   “É um momento bom para quem está querendo comprar e financiar, um momento bom para negociar com os bancos, pois eles estão disponíveis para trazer taxas melhores e estão com recurso para isso” – Sandro Carlesso, presidente da Ademi-ES   
Em contrapartida, existe aquela parcela conservadora, que ainda busca imóveis mais tradicionais. “Nós precisamos ficar atentos a essas tendências, como essas mudanças vão repercutir no mercado. Isso somente as pesquisas poderão dizer e, a partir daí, encaminhar as decisões das empresas, que são absolutamente particulares.”   Um bom exemplo das novidades que começam a chegar ao mercado imobiliário é o WL Prime, próximo lançamento da WL Empreendimentos. Carlos Eduardo Calmon, arquiteto responsável pela moderna e luxuosa construção, situada na Praia do Canto, em Vitória, explica o conceito adotado em torno dessas novas tendências para a elaboração do projeto.    “Serão apartamentos de dois quartos, grandes ou compactos, dentro de uma mesma torre.     
Segundo Baraona, “com os juros relativamente baixos, em relação aos patamares anteriores, consequentemente o imóvel se torna um investimento seguro e acessível. Desde as construções do Minha Casa Minha Vida, que representam hoje cerca de 65% dos lançamentos, até os apartamentos de dois quartos, hoje em dia os mais procurados, principalmente, pela classe B, de jovens por volta dos 35 anos profissionais liberais e que estão começando a constituir seus núcleos familiares”.   Fonte: 32º Censo Imobiliário/Julho 2017 – Sinduscon-ES      
O conceito desse empreendimento é fazer um residencial butique, com um design moderno, uma linha arquitetônica diferenciada, não encontrada nos outros empreendimentos da Praia do Canto, uma espécie de produto exclusivo, agregando valor, utilizando tecnologia e design”, explica o arquiteto.    De acordo com Carlos Eduardo, “este será um dos primeiros empreendimentos a ser entregues na região da Grande Vitória com sistema automatizado e tecnologia de ponta.    O conceito desse empreendimento é fazer um residencial butique, com um design moderno, uma linha arquitetônica diferenciada 
   
Permitirá que o proprietário, através de um tablet, automatize a televisão, o ar-condicionado, a cortina etc. Terá, também, um sistema de aspiração central na torre, que dispensará o aspirador de pó em casa; é só varrer para o rodapé, perto da parede, que o sistema central consegue aspirar o apartamento todo”.     Outra grande novidade, e que segundo especialistas será a partir da agora mais comum nos lançamentos, são as vagas de garagem adaptadas para tomadas de carro elétrico. “No WL Prime, cada unidade terá duas vagas, sendo que uma delas com disponibilidade de estação de recarga para carros elétricos, bastando instalar o bocal”, informa Carlos.      
Tendência também marcante e que estará presente nesse lançamento é o business lounge no acesso principal. Segundo os construtores, o lobby. No caso, a recepção do prédio, que em grande parte é um espaço pouco utilizado nas construções contemporâneas, vai se transformar num ambiente comum, um espaço gourmet bem versátil, onde o proprietário do imóvel poderá atender tanto o visitante quanto um cliente, um fornecedor ou, até mesmo, sócios para diferentes tipos de reunião, seja formal, seja informal.    
Esse ambiente pode ser utilizado de três maneiras, como churrasqueira, como salão gourmet ou como sala de jogos, onde a mesa de sinuca vira também uma mesa de jantar”, detalha Luiz Eugênio Pacheco, gerente comercial da WL Empreendimentos.    Nesse caso, o espaço gourmet se transforma numa extensão do apartamento. “É uma tendência que, cada vez mais, vem sendo um diferencial na hora da compra do imóvel próprio. Os consumidores, em sua maioria adultos jovens, na faixa dos 30 anos, iniciando uma vida independente, das classes A e B, profissionais liberais, estão à procura de prédios onde a recepção de visitantes possa ocorrer em áreas comuns, e o apartamento seja utilizado apenas como sua residência, para dormir e interagir com o núcleo familiar”, completa Luiz Eugênio.    
AQUECIMENTO:
Em relação à demanda, é senso comum que ela vem aumentando de modo gradativo, sobretudo neste ano de 2018, diferentemente dos estoques de imóveis, cada vez mais baixos. Samir Ginaid, diretor comercial da Lorenge, atribui esse crescimento da procura a uma mudança no cenário econômico nacional, que vem favorecendo o consumo desse tipo de bem.  “Essa é uma demanda orgânica. Com crise ou sem crise, as pessoas continuam casando, os filhos saindo de casa… O cenário de juros vem melhorando muito e a inflação também, a estabilidade da inflação já é uma realidade. Nós vivemos um ou dois anos atrás, num cenário de inflação alta; hoje em dia, não tem expectativa disso, e sim de uma inflação dentro da meta ou abaixo dela”, explica.   
Solar Mata da Praia, empreendimento que a Galwan está lançando na Mata da Praia. A velocidade das adesões mostrou que o mercado está em processo de retomada . Em contrapartida, com essa queda dos juros que rentabilizam o dinheiro do investidor, o mercado não é mais propício para quem quer deixar o dinheiro parado no banco rendendo.   
“A possibilidade de pegar um empréstimo com melhor taxa, tendo mais crédito, mais banco emprestando, estimula o apetite das pessoas que estão nessa esperança. É um momento que ajuda o crédito positivo.